O avanço da tecnologia nem sempre acompanha o que é possível ter em casa. Com tantas opções de televisores no mercado, os aparelhos acabam ficando obsoletos muito rapidamente. A maior parte das queixas dos consumidores é em relação aos serviços de streaming, que nem sempre rodam dependendo do modelo da smart TV.
Segundo o professor do departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, Marcelo Zuffo, a dica para driblar esse problema começa pela escolha da televisão. Além da quantidade de entradas HDMI, é importante pesquisar o sistema operacional. Alguns fabricantes conseguem dar uma garantia de serviço, assegurando que os principais aplicativos sejam fornecidos.
— Eu sugiro no mínimo três (portas HDMI). Nós temos o receptor de TV à cabo, o console de videogame, e é bom uma terceira ou até quarta para ligar os media centers. O sinal de TV aberta vem do próprio receptor embutido — explica.
Para quem não pretende trocar o televisor, a dica são os media centers (ou “central de mídia”) ou TV Stickers. São dispositivos pequenos que conectam ao Wi-Fi e rodam alguns aplicativos. Os mais conhecidos no mercado são Chromecast, Roku Express, Apple TV, entre outros. A faixa de preço dos dispositivos pode variar de R$ 200 até R$ 2 mil, dependendo da marca e das funcionalidades.
— Às vezes, sai mais barato comprar uma TV sem o sistema operacional e investir em um media center. Daí você não tem a frustração — aconselha Zuffo.
Além disso, existem as opções mais caseiras, como espelhar o notebook ou o celular na televisão para rodar determinado aplicativo. Mas é importante atentar que nem toda smart TV possui a opção de espelhamento.
— As gerações mais modernas de televisores passam a ter computador embutido, que roda um sistema operacional. Diferentemente dos smartphones, não houve um esforço da indústria de criar uma normatização mínima de sistemas operacionais do segmento que a gente chama de TV conectada. O que acaba acontecendo, infelizmente, é que o sistema operacional do televisor fica obsoleto muito rápido, trazendo uma frustração para vários consumidores — diz Zuffo.
A idade média de troca de um televisor no Brasil é de sete ou oito anos. E há mais de 10 milhões de televisores, hoje, nessa condição de idade de troca, de acordo com o diretor comercial e negócios da GfK para América Latina, Henrique Mascarenhas.
— Ainda temos no Brasil aproximadamente 17 milhões de televisores de tubo, que quando quebrarem vão ter que ser trocadas. Até para consertar fica mais caro, virou televisão de museu — diz Mascarenhas.
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